quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Perfect

                  


   Pai, olhe para mim. Eu não sou a princesinha que você queria que eu fosse, não é?
Você queria que eu fosse mais, não é mesmo pai? Queria que eu fosse perfeita, queria que eu não tivesse nenhum defeito, que eu sempre te obedecesse, que eu sempre seguisse suas regras. E você também não queria me deixar crescer, não queria me ver mudar.
Mas eu te desobedeci milhões de vezes, eu quis crescer rápido ao invés de ficar com você, sentindo o seu abraço forte com a certeza de que você iria me proteger.
E eu errei pai, nunca pensei que esse arrependimento iria me corroer. Mas você estava certo. Eu não deveria ter crescido tão rápido. Não teria partido meu coração se eu tivesse obedecido as suas regras, não teria me decepcionado se eu não tivesse mudado tão rápido.
   Mas eu não me arrependo pai. Me desculpe, mas se eu não tivesse feito isso, talvez não seria feliz. Talvez não soubesse o que é viver.
Pois cada erro que eu cometi pai, de algum jeito, me fez aprender uma lição valiosa, lição essa, que mesmo com suas explicações detalhadas e o seu jeito de me fazer entender, nunca, jamais poderiam ter me ensinado.
Me desculpa pai. Perdão, eu não posso ser perfeita. 

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