domingo, 25 de novembro de 2012

Eterno

               


E eu encontrei.
Aquele que se encaixa perfeitamente em todos os quesitos que eu almeijava para ser o homem da minha vida.
Aquele que me ama, que me diz isso a todo instante, mesmo eu estando feia, descabelada, sem maquiagem, gorda.
Que faz todos os segundos que passamos juntos serem únicos. Que não desistiu de mim na primeira tempestade. Que quer ficar comigo, que me faz rir. Que desperta meu desejo, que sabe como lidar comigo, que me atura, que eu amo.
Meu motivo pra tudo. Minha razão pra acordar e sorrir. Meu. Simplesmente meu.
Meu supermen, meu cavaleiro de armadura, meu Romeu, meu príncipe encantado. Meu namorado, meu futuro noivo, marido. Eternamente o homem da minha vida.

sábado, 10 de novembro de 2012

Eu sei, mas não devia

                           



Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. 

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.


                                                                         Marina Colasanti

Diálogos

                         


·         Ele: Eu te amo.
·         Ela: Para.
·         Ele: Eu te amo.
·         Ela: Para.
·         Ele: Mas eu te amo mesmo.
·         Ela: Mas eu não acredito.
·         Ele: Então tá, não te amo.
·         Ela: Hein? Como assim não me ama? Eu te amo muito.
·         Ele: Ué, agora acredita?
·         Ela: Agora eu tô com medo. Fala que me ama.
·         Ele: Não.
·         Ela: Você não me ama mesmo, então?
·         Ele: Não.
·         Ela: Mas como? Você dizia me amar segundos atrás.
·         Ele: Estranho né?
·         Ela: Some da minha vida.
·         Ele: Ai como você é boba, amor.
·         Ela: Olha... Eu não to entendendo nada. O que foi agora? Vai dizer que meus olhos são feios também?
·         Ele: Eles são lindos.
·         Ela: Não é não.
·         Ele: É sim.
·         Ela: Porque você tá dizendo isso?
·         Ele: Porque eu te amo.
·         Ela: Mas....
·         Ele: Quieta.
·         Ela: Idiota.
·         Ele: Eu te amo.
·         Ela: Para.

Detalhes

                   


Não sei por onde começar, porque há tantas coisas que eu queria te falar. Mas isso não importa, porque eu só quero que você entenda uma coisa.
Que eu gosto muito de você, e isso eu digo com toda certeza. E acho que já deixei isso bem claro inúmeras vezes.
E que sem você eu não vivo.
Você é a minha fonte de inspiração para os versinhos que te recito, para esse texto que te escrevo.
Meu amor, eu já te falei o quanto estar com você me deixa feliz, e parece que a cada briga e a cada entendimento eu gosto ainda mais de você.
E não sei o que é isso que me faz te amar cada dia mais, porque já não consigo mais passar um dia sem sentir que você é minha, que eu sou teu. Sem te ter em meus braços. Mesmo que eu não possa te beijar, mesmo que eu não possa te sentir. Mas só de saber que você me ama, e que eu te amo, já é o que importa, e o resto...
 São detalhes.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Confesso

              


  E você me perguntou se a gente daria certo.
Confesso que quando ouvi você dizendo isso, pensei antes de responder.
Pensei que antes de te conhecer, eu não sabia se o que eu sentia por outras pessoas era amor, porque eu sempre me arrependia no final, sempre sofri.
Sempre disse “eu te amo” como quem diz “estou com fome”, mesmo não amando de verdade.
Pensei que eu nunca me apaixonei por alguém tão rápido quanto eu me apaixonei por você, e é apaixonei mesmo, de verdade.
Porque eu nunca senti um vazio, uma saudade tão grande só de ficar algumas horas sem você.
Porque nunca necessitei tanto de um abraço, de um beijo, quanto eu necessito dos seus.
Porque eu sempre banquei a forte, a experiente, a orgulhosa. Mas perto de você, eu não sou nada disso.
   E te respondi que sim, que daria certo.
Porque eu já não posso mais me imaginar sem você.
Eu preciso de você, todo dia, a todo instante.
E posso não te falar coisas lindas como as que você me fala.
Posso não saber controlar meus ciúmes, e ser exagerada na hora de dar o troco.
Mas eu te amo.
Te amo como eu nunca amei ninguém.
Porque nunca ninguém me amou como você me ama, e ninguém nunca vai te amar como eu te amo.
   

sábado, 3 de novembro de 2012

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Não te trago ouro
Porque ele não entra no céu
E nenhuma riqueza desse mundo

Não te trago flores
Porque elas secam e caiem ao chão

Te trago os meus versos simples
Mas que fiz de coração

Lia tive que passar aqui de novo para te lembrar o quanto você é chata. De sua marida .
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