
"Deus te dê boa sorte", todos me diziam isso sempre que eu pedia a benção.
Boa sorte, isso é engraçado, não?
Eu nunca ganhei na loteria, nunca ganhei um concurso sequer, não tenho sorte em fingir, nem em ter algum talento, sorte em ser boa em alguma coisa. Não tenho sorte com garotos, sorte em emagrecer, sorte em mudar, sei lá. Sorte em ser bonita. Não tenho sorte de ganhar de graça algo que eu queira muito. E nem tenho sorte no amor.
Mas sabe onde foi para aquela sorte que os meus avós, pais, tios, tias e o resto da família me deram em nome de Deus?
Foi parar em cada segundo da minha vida, está em todos os momentos que eu respiro.
Por exemplo, quando a minha mãe diz: "Ou você acha isso ou vai levar uma surra inesquecível.". Bom, sorte ou não, eu sempre achei.
Sorte ou não, eu achei várias outras coisas e me livrei de várias outras surras. Sorte ou não, eu sempre fugi da morte.
Como das vezes que eu quase fui atropelada, que eu quase caio de uma escada sem corrimão, que eu quase decepo o meu dedo. Que eu quase caio e bato a cabeça no chão, sorte ou não, nesse dia, minhas mãos foram mais rápidas que o meu cérebro, sempre, em todas as vezes. Como da vez que eu ia perdendo o bem mais precioso da minha vida. Sorte ou não nesse dia, eu soltei tudo que estava nas minhas mãos, e em fração de segundos a agarrei impedindo que ela fosse embora.
Bom, sorte ou não, eu estou aqui viva.
E agradeço àquele que todos os dias me dá mais uma chance para buscar a felicidade, e eu desperdiço esse dia fugindo da morte, com a minha boa sorte.
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